A prática da pecuária abrange praticamente todos os biomas brasileiros que apresentam uma grande variedade de espécies forrageiras, temperaturas, tipos de solos, índices pluviométricos sazonais dentre outros tantos fatores distintos.
A pecuária brasileira é predominantemente feita a pasto. Aproximadamente 93% das 200 milhões de cabeças são produzidas nesse sistema, em que se tem oscilação nas condições ambientais e deste modo, disponibilidade e qualidades das pastagens variando também.
Todavia, na maioria do país conseguimos separar as fases do capim em: períodos de águas (capim verde, expressando todo o seu potencial de produção e nutricional), transição (capim verdolento e sementeado, mas ainda não seco totalmente, não expressa total potencial de crescimento, reduz sua qualidade nutricional) e seca (capim seco, crescimento prostrado e com baixa qualidade nutricional).
Portanto, a nutrição adequada, impactará diretamente no desempenho produtivo. Assim, é extremamente importante a avaliação constante do ambiente ao qual o rebanho está sujeito, para que os resultados projetados sejam alcançados. Não podemos adotar a mesma estratégia nutricional para lugares que divergem tanto entre si.
Suplementação a pasto na pecuária de precisão
A suplementação do gado a pasto busca o aumento da produtividade a fim de se garantir uma pecuária sustentável no ponto de vista econômico (resultados econômicos crescentes ao passar dos anos), ambiental (utilização racional da área aberta, aumentando a produtividade) e social (permitindo a permanência do homem no campo através de trabalho).
A ideia de suplementação, que foi difundida por um longo período, considera, em sua maioria, que devemos fornecer uma mistura mineral “completa” para os animais durante o ano inteiro, sem levar em condições o tipo de pasto, fertilidade de solo, época do ano, categoria animal, desempenho esperado e manejo das pastagens.
É sabido que existe uma grande oscilação nutricional das forrageiras tropicais e que dificilmente os animais conseguem obter todos os nutrientes para um bom desempenho consumindo apenas pasto pois este apresentam diversos déficits nutricionais que se intensificam ou não de acordo com a espécie forrageira e o seu estado fisiológico.
Atualmente o que preceitua é que a suplementação deve visar atender as necessidades nutricionais que o capim, sozinho, não consegue. O bovino possui um potencial de desempenho a pasto, alguns pontos limitam esse desempenho e a nutrição inadequada é um deles.
A grande maioria dos nutrientes ingeridos diariamente pelos animais submetidos à nutrição a pasto vem através do consumo de forrageiras. Deste modo, em uma nutrição que vai no cocho eficiente, deve-se complementar os nutrientes faltantes e/ou em teores abaixo dos requeridos pelos animais. Essa forma de tratar a nutrição é chamada de complementação mineral.
Será que o mesmo produto consegue entregar os mesmos resultados em ambientes totalmente diferentes? Será que a dieta total fornecida (pasto + suplemento) atende os requisitos para o desempenho esperado? Muitas vezes se penaliza o sistema pois se negligencia coisas básicas.
Complementação mineral e precisão
Para se conseguir entregar no cocho o que o animal precisa, que não é obtido no pasto, é necessário conhecer a disponibilidade de nutrientes fornecidos na forragem durante o ano, traçar a ingestão diária desses nutrientes e desenvolver um plano de complementação mineral, totalmente voltado para o desempenho esperado. Isto é de fato uma nutrição de precisão
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Deve-se conhecer quais são os nutrientes limitantes para a resposta animal. A complementação busca oferecer de forma mais precisa as quantidades diárias de todos os nutrientes requeridas para o desempenho projetado. Não adianta ter-se alta produtividade se e não se ter resultados financeiros.
O que se busca, ressalta-se, é o equilíbrio entre a produtividade e a melhor resposta econômica para o sistema. Portanto, é necessário utilizar de forma assertiva os nutrientes que já estão disponíveis no pasto, e que de uma certa forma já foram pagos.
Devido as características ambientais do nosso país, dificilmente um mesmo produto trará os mesmos resultados em ambientes distintos, mesmo que o produto tenha os níveis máximos requeridos pelos animais não podemos garantir resultados similares.
Na verdade, pode-se gerar um antagonismo dentro do rúmen, por exemplo, um excesso de cálcio pode indisponibilizar o molibdênio, que pode causar diminuição do desempenho. Deve-se buscar a sinergia entre todos os nutrientes.
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A eficiência da complementação mineral depende totalmente de saber a qualidade e produção de forragem durante o ano. De forma geral, há três períodos bem definidos nas pastagens:
- Período de Águas;
- Período de Transição;
- Período de Seca.
Cada período tem suas características específicas havendo uma variabilidade considerável de nutrientes. A nutrição via cocho deve acompanhar essa oscilação.
Um capim de águas requer muito menos complemento mineral que um capim de transição que por sua vez também requer menos complemento que um capim de seca. Criamos uma nutrição crescente qualitativa e quantitativamente com o passar dos meses. Isto atende à necessidade dos animais de forma racional.
Como trabalhar bem a nutrição de precisão a pasto na sua fazenda?
Para compreender o comportamento nutricional das forrageiras nos diferentes períodos, é importante que análises minerais e bromatológicas sejam feitas. Esta é base de um sólido trabalho nutricional de precisão. No entanto, outros aspectos devem também ser considerados para que os resultados sejam alcançados.
De nada adianta dispor de um produto que entrega exatamente o que o animal não obtém no pasto se as estruturas de cocho e logística de distribuição não estão adequadas. É necessário garantir que o produto colocado no cocho esteja disponível para os animais em quantidade e qualidade apropriadas.
Deve-se desafiar os animais na busca de melhores desempenhos. A nutrição de precisão é uma dessas ferramentas, porém, apenas se utilizada com as tecnologias que permitam otimizar os resultados.
Fazendo as perguntas certas
Saber onde se pretende chegar e quais são as etapas para alcançar este objetivo, auxilia muito na adoção de estratégias pertinentes. O diagnóstico da situação presente é primordial nessa construção: qual é o desempenho médio dos animais? Qual os custos do negócio? Como está nossa estrutura de cocho e cerca? Qual a área efetiva de pasto? São perguntas que se deve responder primeiramente para, a partir delas, planejar gradualmente a reestruturação das fazendas e o aumento progressivo da nutrição.
Saber quanto cada real gasto em nutrição de traz de lucro
Dentro do negócio pecuário, o custo com a nutrição animal é altamente relevante, uma das principais contas, o que assusta muitos pecuaristas que, por adotarem medidas não estratégicas para o seu negócio, ficam incertos quanto do retorno do dos valores aplicados. Entretanto, o gasto em nutrição é altamente viável quando se tem aumento de produtividade.
Na grande maioria das vezes, os melhores resultados são alcançados quando o crescimento é desenhado de forma crescente e sustentável, focando em resultados financeiros.
A nutrição de precisão racionaliza o investimento, como já foi mencionado. Porém, é improdutivo o planejamento nutricional crescente, mesmo nas fazendas em que há estruturas que atendam ao crescimento, se não se controlar os indicadores.
Mensurar se o consumo realizado está dentro do programado, a frequência de distribuição, a qualidade do acesso ao cocho e sua estrutura são fundamentais. É preciso adotar a tecnologia como uma ferramenta gerencial do negócio.
A fazenda é um negócio e você é um gestor!
Empoderar a equipe operacional já que ela é a gestora nutricional é fundamental para o sucesso da operação! É sua equipe que realiza a distribuição dos produtos que manejam os pastos, que está no dia a dia dos animais.
Muni-la de ferramentas que facilitem a tomada de decisão diária e envolvê-la nas metas traçadas para os animais é de suma importância para que a nutrição de precisão seja realizada. Agilizar a coleta e envio de informações que vem do campo.
Antigamente tudo era anotado em fichas de campo enviadas para alguém lançá-las em uma ferramenta e só depois chegava para a pessoa que iria tomar as decisões. A informação que chegava era de dias atrás, na maioria das fazendas, do mês anterior. Essa visão do passado não refletia mais a situação produtiva das fazendas.
Hoje em dia existem softwares que possibilitam a coleta, via smartphone, de informação que fica disponível quase imediatamente numa plataforma. Esta medida permite uma tomada de decisão mais precisa e planejada.
A adoção de uma nutrição de precisão engloba muito mais que apenas fornecer um suplemento no cocho. O entendimento das exigências nutricionais dos animais, o que o pasto entrega desses nutrientes, as estruturas de cochos e armazenamentos, o manejo dos animais, os resultados financeiros, a gestão da rotina operacional, tudo isto está dentro da nutrição de precisão e deve caminhar de forma sinérgica para a obtenção de um bom resultado.
E você está identificando os problemas que podem afetar o sucesso da sua produção dentro da sua fazenda? Comece a fazer isso agora!
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