Categoria: Gado de Corte

O que observar para avaliar o Desempenho do Animal a Pasto?

Data: 11/01/19

Autor: Marcelo Saldanha

Normalmente, no sistema produtivo de gado a pasto, pesamos os animais duas vezes ao ano. Sendo assim, como fazer para monitorar, durante o período entre as pesagens, se o rebanho está ou não com ganhos de peso satisfatórios?

Estas pesagens ocorrem durante a vacinação, nos meses de maio e novembro e neste momento, conseguimos medir, ou por amostragem ou no rebanho todo, qual foi o ganho de peso dos animais entre um período e outro.

Considerando que as pesagens de compra, desmama e embarque podem ser insuficientes para gestão do ganho de peso dos animais pois são esporádicas e impossibilitam efeitos comparativos.

Muitas vezes esta janela de seis meses é muito longa e se descobrirmos que os resultados estão muito abaixo do esperado apenas neste período, pode ser tarde demais para atingirmos nossas metas anuais.

Por este motivo, alguns indicativos visuais do rebanho devem ser coletados rigorosamente, pois eles refletem (sem a acurácia do real ganho) se as metas estipuladas estão sendo cumpridas ou não.

Um rebanho com pelagem pálida, com costelas visíveis, acúmulo de poeira na região dorsal e fezes “encabritadas” são indícios de que os animais estão com desempenho muito aquém do potencial.

Ou seja, que possuem problemas nutricionais e sanitários que afetam o ganho de peso negativamente!

Estas avaliações devem ser feitas periodicamente e são muito importantes para detecção de problemas diversos que podem servir como indicadores de tendência para o alcance de metas de ganho de peso estipuladas.

Quer saber quais pontos observar para avaliar o desempenho do animal? Veja a lista abaixo:

1 – Pelagem

Áspera

Pelagem arrepiada, com coloração fosca, aparência “suja” e acúmulo de poeira na região dorsal. Indica desempenho muito aquém do potencia.

pelagem áspera em bovino de corte 

Lisa

Animais com boa aparência, pelagem com aparência “limpa”. Indica desempenho significativamente abaixo do potencial.

pelagem lisa em bovino de corte 

Brilhante

Animais com pelagem brilhante quando em contraste com o sol. Indica desempenho muito próximo do potencial.

pelagem brilhante em bovino de corte

2 – Cobertura de costela

Maior ou igual a 04 costelas visíveis

Animais em estado corporal ruim, evidenciando 4 ou mais costelas, região do vazio profundo e ausência de gordura na inserção da cauda. Em geral, há comprometimento da pelagem do animal. Pelagem muito áspera.

bovino magro com 4 costelas visíveis  

03 costelas visíveis

Animais em estado corporal intermediário apresentam pouca cobertura de costelas, evidenciando 3 costelas, região do vazio profundo e ausência de gordura na inserção da cauda. A pelagem oscila de áspera a lisa.

 bovino de corte magro com 3 costelas visíveis

02 costelas visíveis

Animais em bom estado corporal apresentam cobertura de costelas satisfatória, evidenciando 2 costelas, região do vazio pouco evidente e início de presença de gordura na inserção da cauda. Pelagem lisa.

bovino de corte em bom estado corporal 

01 costela visível

Animais em estado corporal bom apresentam boa cobertura de costelas, evidenciando 1 costela, região do vazio pouco evidente e presença considerável de gordura na inserção da cauda. Pelagem lisa a brilhante.

boi com uma costela visível 

Gordo

Animais em estado corporal considerado gordo apresentam cobertura total das costelas, região do vazio sem evidência de profundidade e alta presença de gordura na inserção da cauda. Pelagem brilhante.

boi gordo 

Padrão de fezes

Fezes Duras (encabritadas)

Fezes com a nítida “impressão” das contrações intestinais, típico de animais em pasto seco sem suplementação.

 fezes encabritadas

Fezes Pastosas

Fezes mais úmidas com leve “impressão” das contrações intestinais, típico de animais em pasto verde em ponto de pastejo.

 fezes pastosas

Fezes semissólidas

Fezes amolecidas sem “impressões” das contrações intestinais.

 fezes semissolidas

Fezes “Panqueca”

Fezes semi líquidas, que não apresentam estrutura para formar um “monte”. Presença notável de Mucina (muco).

 fezes paqueca

Diarreia

Fezes muito líquidas, normalmente eliminadas em jatos.

 diarreia

Além destes itens, é importante atentar-se para a condição sanitária da fazenda, existência de fossas para o descarte de carcaças e o levantamento de doenças.

A igualdade de pesos nos lotes também é importante, pois animais com grandes diferenças de peso influenciam no consumo de produtos para mais ou para menos. Atente também para a presença de parasitos, como carrapatos, moscas e bernes.

Conseguir avaliar estes pontos visualmente e identificar e atuar nas causas raízes, exige treinamento das equipes, definição de processos e liderança. Um dos métodos que a Prodap implanta em seus clientes consiste no levantamento de todos os pastos e na avaliação de diversos dados relevantes da fazenda, como estruturas de cocho e estoques, do manejo da pastagem e, é claro, das condições do rebanho.

Toda esta avaliação é realizada através de um amplo check-list que é preenchido periodicamente em todas as visitas dos consultores.

A equipe da fazenda é treinada nesta rotina, tornando-se capaz de avaliar estes quesitos, identificar problemas e atuar ativamente em suas causas.

Desta forma a Prodap contribui para implantação e disseminação de uma cultura de alta performance, focada em desempenho, que tem como consequência inevitável a alavancagem dos resultados financeiros de seus clientes.

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