Atualmente, as reações causadas pelo consumo de leite têm sido pauta para diversas discussões.
Alergia às proteínas lácteas e a sensibilidade aos produtos lácteos podem gerar um certo desconforto gástrico após a ingestão do leite ou derivados.
Isso pode ser devido a caseína presente no leite!
Porém, sabe-se que o leite é um alimento completo, rico em nutrientes essenciais à saúde humana. Mas você já ouviu falar sobre o leite A2?
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O que é caseína?
O leite é a secreção da glândula mamária de mamíferos e é composto por água e sólidos.
Desses sólidos, temos as proteínas totais, gordura, lactose, minerais e vitaminas. As proteínas totais do leite podem variar em quantidade devido à dieta e raça dos animais.
Veja também: Como uma dieta mal balanceada influencia na composição do leite das vacas?
Essas proteínas que compõem o leite podem ser divididas em dois grupos:
- As proteínas do soro que são a alfa lactobumina e a betalactoglobulina que correspondem em média a 20%.
- E as proteínas do leite que são as caseínas: alfa s1, alfa s2, kappa e beta-caseína que correspondem a 80% das proteínas totais.
A betacaseína representa 30% das proteínas do leite e possui 13 variantes genéticas, porém as variantes A1 e A2 são as mais encontradas e estudadas em bovinos de leite.
Qual a diferença entre essas variantes da caseína?
O leite que contém a variante A1, ao sofrer hidrólise enzimática no processo digestivo, libera peptídeos ativos como a beta-casomorfina7 (BCM-7).
Este peptídeo está relacionado a efeitos adversos aos seres humanos, sendo considerada um fator oxidante predisponente ao desenvolvimento de alergia à proteína do leite e que causa sintomas, como gases e desconforto abdominal após o consumo de leite.
Essa variante A1 da caseína altera a digestão dessa molécula no trato gastrointestinal e exerce alguns efeitos sobre as contrações intestinais e a secreção de muco, o que pode gerar esse desconforto em alguns indivíduos após o consumo de leite ou derivados.
Em contrapartida, no leite contendo somente a variante A2, a hidrólise enzimática não ocorre ou ocorre em menor taxa e gera o peptídeo beta-casomorfina9 (BCM9) o qual não apresenta nenhum efeito clínico relacionado ao seu consumo, sendo assim, um leite naturalmente de ‘mais fácil digestão’.
Mas o que é o leite é A2?
O leite A2 é produzido por vacas com genótipo a2a2 para a proteína do leite betacaseína
Na década de 70, foi realizada a determinação da sequência de aminoácidos das 4 caseínas e feita a descoberta das variantes genéticas.
Acredita-se que toda a população bovina continha apenas o alelo A2 e que uma mutação tenha sido responsável pelo surgimento do alelo A1.
Sabe-se também que a população de bovinos de raças zebuínas, têm maior frequência alélica e fenotípica da variante A2.
Nos rebanhos de bovinos de leite, há três tipos possíveis de genótipos para a produção de caseína: as vacas A1A1, vacas A1A2 e vacas A2A2.
Os animais A1A1 produzem leite contendo somente a caseína A1. Animais A1A2 produzem os dois tipos de caseína. Já os animais A2A2 produzem somente a caseína A2A2.
Foto: Site laticínios Fiori
A produção dessas variantes da caseína está diretamente ligada à genética do animal, tanto das vacas como dos reprodutores.
Veja também: Saiba como escolher o melhor touro reprodutor na produção de leite!
Sendo assim, para saber qual a caseína presente no leite produzido, não é possível realizar um teste no leite e sim no animal, sendo necessário realizar sua genotipagem.
Quando pensamos no leite presente na prateleira do supermercado, temos um pouco de cada uma das caseínas, pois ele é proveniente de vários animais.
Porém, após essas descobertas das proteínas do leite, muito tem se falado sobre o leite produzido por fêmeas que têm a genotipagem A2A2 e os benefícios relacionados ao seu consumo.
Pessoas alérgicas à proteína do leite podem ingerir o leite tipo A2?
Em vários estudos o leite A2 é considerado hipoalergênico, ou seja, causa menos reações alérgicas.
Então o leite proveniente de vacas A2A2 é um produto que pode ser ingerido por indivíduos sensíveis à Beta-caseína A1 com maior segurança, evitando aparecimento de sinais clínicos referentes a seu consumo.
Porém, não podemos dizer que é um produto seguro para indivíduos alérgicos à proteína do leite, pois na maioria dos casos a APVL (Alergia à Proteína do Leite de Vaca) é causada pela β-lactoglobulina ou por mais de uma proteína.
Leite A2 no Brasil
No Brasil, já temos rebanhos A2A2 certificados, produzindo leite e derivados já disponíveis no mercado.
Além disso, vários produtores estão em processo de genotipagem do rebanho para descobrirem se seu rebanho produz o leite A2 e estão fazendo melhoramento genético, buscando animais com essa característica para produção de um leite com maior valor agregado.
É importante que as informações de genotipagem e quaisquer outras informações do rebanho sejam sempre bem registradas e armazenadas de forma segura para auxiliarem na tomada de decisões do produtor e técnicos.
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