Conhecida no Brasil desde a década de 1970 pelos produtores da pecuária, a febre aftosa é uma doença que está relacionada à determinação de medidas de resolução extremas desde a suspeita até a confirmação do diagnóstico.
Veja a seguir, o que é febre aftosa e a importância da vacinação!
O que é febre aftosa?
A febre aftosa, nada mais é, do que uma doença infectocontagiosa aguda ou subaguda, causada pelo vírus da família Picornaviridae do gênero Aphthovirus.
Este vírus acomete não só bovinos, mas também suínos, ovinos, bubalinos e outros mamíferos de casco fendido (bipartido), sendo altamente contagiosa em animais suscetíveis.
O vírus da febre aftosa possui diferenciações e são classificados em sete subtipos, que produzem sinais clínicos similares e só podem ser identificados em laboratório. São eles:
- A, O e C: São os subtipos mais comuns distribuídos em todos os continentes e os únicos que foram identificados no Brasil;
- SAT-1, SAT-2 e SAT-3: Identificados inicialmente na África do Sul e disseminado em outros continentes, com exceção do continente americano;
- Ásia-1: Encontrado inicialmente no continente asiático, esse subtipo foi responsável pelo surto que ocorreu no Reino Unido, de 1996 a 2000 e dizimou quase 60% da população de bovinos
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Como acontece a transmissão da febre aftosa?
A transmissão acontece quando há o contato com o vírus expelido pelo animal infectado ou em período de incubação, no ar expirado, saliva, fezes e urina, leite e sêmen e carne infectados com as mucosas das vias digestivas ou vias respiratórias do animal suscetível.
Essa transmissão pode ocorrer de diferentes formas:
- Contato direto ou indireto – animal infectado para animal vulnerável, através da ingestão de água e alimentos contaminados e também através de gotículas expelidos pelos animais doentes (cada bovino pode transmitir cerca de cem trilhões de partículas virais);
- Veículos animados (humanos) e inanimados (veículos e objetos);
- Vírus aerotransportado (até 60 km sobre a terra e 300 km sobre o mar)
O vírus, dependendo das condições climáticas, pode sobreviver em materiais contaminados e no ambiente durante muito tempo, o que pode acarretar em uma transmissão muito maior, aumentando os prejuízos não somente para o produtor, mas para os demais locais ao redor da zona contaminada.
Quais são os sinais clínicos?
Os primeiros sinais da patologia, acontecem entre 02 a 14 dias do contato com o vírus.
Inicialmente silenciosa, a doença causa febre (39,5 a 40,6ºC) nos bovinos, seguido pelo aparecimento de:
- Formação de vesículas (aftas), que estouram causando erosões e úlceras, na região da língua, gengiva, comissura labial, palato mole, narinas, focinho, espaço interdigital, coroa do casco e epitélio mamário;
- Redução da produção de leite;
- Salivação excessiva por ptialismo;
- Descarga nasal serosa incolor;
- Claudicação (manqueira);
E desencadeia algumas complicações, como:
- Apatia;
- Dificuldade de locomoção e ficar de pé;
- Deformação dos cascos
- Falta de apetite, por causa das lesões dolorosas na boca e língua;
- Perda de peso permanente;
- Infecções secundárias;
- Mastites;
- Abortos;
- Diminuição permanente da produção de leite;
- Doença cardíaca (miocardite) e morte, em animais muito jovens.
Observação: Os sintomas podem ser confundidos com outras doenças como a estomatite vesicular e língua azul, por isso, é necessário estar atento e após a confirmação da suspeita, notificar a Inspetoria da sua cidade, para que sejam feitos os exames específicos, realizados nas redes de laboratórios oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Como proceder após a confirmação da febre aftosa em bovinos?
Os animais infectados, começam a recuperar após 15 dias, mas a recuperação da perda de peso é lenta, a produção leiteira raramente é recuperada e as taxas de concepção tendem a ser menores.
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É importante ressaltar que os animais podem continuar portadores dos vírus por um período de 06 meses a 03 anos.
Entretanto, não há possibilidade de tratamento, todos os animais acometidos (infectados e recuperados) e suscetíveis que entraram em contato com com indivíduos infectados, devem ser sacrificados.
Além disso, os cadáveres devem ser destruídos, juntamente com os objetos e produtos dos animais na zona infectada.
Deverá também, ser feita a desinfecção dos locais e de todo material contaminado (artefatos, veículos, roupas, etc), acompanhado de medidas de quarentena.
Afinal, por que é importante vacinar?
Essa doença possui potencial de afetar rapidamente todo o rebanho.
Em aproximadamente uma semana ou menos e provoca grandes perdas econômicas para o produtor, tendo em vista barreiras sanitárias aplicadas pelos importadores de carne, custos públicos e privados de prevenção, controle e erradicação e indenização quando necessário o sacrifício dos animais.
Além disso, a febre aftosa provoca queda na produtividade e perda de mercados, pois impede a comercialização local e internacional dos animais e seus produtos/subprodutos.
A vacina contra a febre aftosa é utilizada para desenvolver imunidade no rebanho e para dificultar a propagação do vírus no ambiente, fazendo dessa forma com que haja maior controle da doença, diminuindo o impacto negativo e consequências sociais e financeiras que a doença traz para o produtor, mantendo a valorização do gado.
Assim como nenhuma vacina não impede a entrada do vírus, a vacinação contra a febre aftosa, não funciona como barreira na zona livre, mas como uma medida de controle da doença e deve ocorrer em todas as propriedades nos períodos estabelecidos.
Outra forma de prevenir é adotar boas práticas conforme o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa.
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