Um dos métodos mais utilizados e comentados é a implantação de pastejo rotacionado na pecuária de corte. Ela promete otimizar lucros e representa uma alternativa de investimento acessível ao sistema de confinamento.
O manejo rotacionado é uma estratégia para intensificação da produção a pasto que traz benefícios no desempenho animal e na lotação da fazenda. São diversos os impactos positivos que esse sistema pode trazer!
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O primeiro passo para começar a utilizar o manejo é a estruturação e dimensionamento dos piquetes. Neste texto te contaremos como dimensionar seus piquetes em 6 passos simples!
O que são piquetes?
Os piquetes são basicamente espaços pré-definidos e limitados na área de pastagem.
O objetivo principal é oferecer com frequência e perenidade, qualidade e abundância homogênea de pasto ao rebanho. Isso tudo, respeitando o tempo de recuperação do pasto.
Mas vamos ao que interessa: 06 passos para dimensionar seus piquetes!
PASSO 1: Trace metas e formas de alcançá-las!
Dimensionamento da Demanda de Forragem.
O primeiro passo é se planejar, e isso quer dizer saber onde se quer chegar e o que será necessário no caminho. Planeje suas metas de resultado e faça as contas!
A primeira coisa a se considerar no dimensionamento de piquetes é o quanto de forragem seu rebanho precisa. Este cálculo leva em consideração algumas variáveis como:
- o sexo
- a categoria (desmame, recria, engorda, por exemplo)
- o desempenho do animal
- a categoria e qualidade da forrageira utilizada nas pastagens
É possível encontrar algumas tabelas de referência para cálculo desta estimativa. Colocamos logo abaixo uma tabela
Estimativa de ingestão de massa seca de forragem por macho Nelore castrados em crescimento:
Fonte: Embrapa, acesso em 05/02/2021, disponível em link.
PASSO 2: Descanso X Ocupação
Dimensionamento da Área de Pasto
O cálculo do tamanho do piquete leva em consideração, basicamente, duas coisas: o quanto de pastagem seu rebanho demanda e da produção da forragem.
Sobre a produção de forragem, devemos considerar fatores de clima, característica e qualidade de solo e condução do manejo de pastagem. Até mesmo a espécie de forrageira utilizada tem forte influência na capacidade produtiva da área.
O efeito do rebanho na pastagem pode ser mensurado sob 3 diferentes óticas: intensidade, frequência e a sazonalidade em que a prática é realizada.
FREQUÊNCIA DE DESFOLHA: diz respeito ao intervalo de tempo entre cortes ou liberação de área para pastagem sucessiva
- SAZONALIDADE DE DESFOLHA: é basicamente a época em que a desfolha é realizada; o que reflete as condições climáticas disponíveis para a recuperação da forragem, bem como seu desenvolvimento;
- INTENSIDADE DE DESFOLHA: mede a proporção de forragem removida por corte ou pastagem; comumente é controlada pela observação dos valores residuais de massa de forragem, altura de pastagem ou índice de área foliar.
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São dois os fatores que influenciam diretamente na intensidade de desfolha: taxa de lotação e período de ocupação. Para os períodos de descanso é possível encontrar alguns valores de referência, por espécie de forrageira.
Entretanto, o recomendado é que cada realidade seja observada e respeitada. Muitos fatores influenciam no resultado final, por isso é imprescindível muito controle, experiência do pecuarista e conhecimento de sua fazenda.
Não existe forma melhor de conhecer sua capacidade produtiva do que registrando e analisando continuamente como sua fazenda está. O Prodap Views – Master é uma mão na roda para quem quer realmente ver os resultados acontecendo! Dentre suas funcionalidades, algumas são de extrema importância para o sucesso do funcionamento dos piquetes:
- Lotação x Suporte
- Altura de Pastagem
- Manejo do Rebanho, dentre outros
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PASSO 3 : Descanso X Ocupação
Dimensionamento da Área de Pasto
Em relação ao tamanho dos piquetes, o cálculo deve levar em conta a experiência do pecuarista, ou do técnico. Afinal, o dimensionamento correto do piquete para gado depende do grau de conhecimento que se tem do potencial de produção da propriedade.
Entre os fatores que influenciam na decisão estão a produtividade esperada da forrageira e o consumo da mesma — que, por sua vez, depende da categoria do animal, do número de bovinos e da espécie da planta.
PASSO 4: Número e tamanho de piquetes
Dimensionamento da Área de Pasto
Uma vez definidos os períodos de descanso e de ocupação, o cálculo do número de piquetes pode ser facilmente encontrado ao aplicar a seguinte fórmula:
É sempre bom lembrar que os períodos de ocupação não podem ser muito longos, devendo ser na verdade os menores possíveis.
Estudos indicam que o intervalo de ocupação deve variar entre 1 e 8 dias. Assim, otimiza-se o processo de rebrota ao passo que também facilita o controle da lotação.
Muito embora a recomendação preveja períodos de ocupação o mais curtos o possível, ciclos de apenas 01 dia são recomendados apenas para áreas com forte presença de adubações – sobretudo as nitrogenadas.
Em algumas situações, os ciclos de rebrota podem sofrer alterações e se tornam mais lentas. Diante de situações assim, cabe à experiência e ao devido controle e observação dos índices a identificação de readequação do período de descanso.
O objetivo deve ser garantir a relação entre recuperação do pasto e demanda do rebanho.
PASSO 5: Qual o tamanho do piquete?
Dimensionamento da Área de Pasto
Depois de finalizados os cálculos do número piquetes, está na hora de dimensionar o seu piquete. A área dos lotes depende da prioridade do manejo na propriedade.
Rebanhos de 100 a 150 cabeças têm sido frequentemente usados com sucesso. Mas existem casos de manejos envolvendo até mais de 1.000 cabeças.
Os valores para cálculo devem considerar fatores como Categoria (kg de peso vivo), o número de cabeças, quantidade de UA (Unidade animal, 450kg de peso vivo), Ingestão diária por cabeça e por categoria.
Além do tamanho dos lotes, alguns outros cuidados devem ser tomados:
- Não se esqueça de separar os lotes de animais por categorias, evitando assim possíveis situações de competição.
- Lotes de vacas com bezerros são prioritariamente manejados em grupos menores.
- Certifique-se da disponibilidade de cocho de sal e água, evitando assim qualquer perda de produtividade.
- Respeite as boas práticas do manejo com o gado. Assim o nível de estresse tende a ser bem menor.
- Não se esqueça de manter os níveis sanitários sempre em ordem!
PASSO 6: Monitore seu rebanho
Gestão e controle são o pulo do gado!
Depois de realizado o cercamento dos piquetes, está na hora de monitorar o seu rebanho e garantir a eficiência produtiva de verdade.
Veja também: Conhecendo o seu gado através do PRODAP views master
Muitos cálculos são feitos e muito protocolos seguidos, mas um fato é inegável: cada fazenda tem suas peculiaridades.
Não existe, ainda, forma mais lucrativa de gerenciar uma fazendo se não a conhecendo muito bem! Acompanhe de perto os índices de produtividade dos piquetes, a altura de grama e o desenvolvimento dos animais.
Ao perceber qualquer ponto fora da curva ou meta não alcançada, o quanto antes se é capaz de reagir e corrigir o manejo melhor é o resultado. Acompanhe de perto a eficiência das mudanças em sua fazenda.
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